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Este microbook é uma resenha crítica da obra:
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Editora: 12min
Olá, seja bem-vindo, seja bem-vinda a um momento de desconexão e relaxamento. O 12 minutos e o Zen App apresentam para você as Histórias para Dormir.
Hoje, vamos viajar no tempo e no espaço para conhecer a história de uma prática milenar. Também conheceremos um pouco de sua filosofia e as diversas maneiras que ela pode oferecer mais bem-estar para seu corpo e mente.
Estamos falando do Yoga. Para entender suas origens, precisamos voltar para a Índia de 5 mil anos atrás.
O Yoga surgiu da necessidade humana de se conectar com seu interior, entrando em um momento de espiritualidade e autoconhecimento.
A base filosófica do Yoga está nos vedas. Esse nome é dado aos textos sagrados, que são passados de geração para geração, onde estão escritos os ensinamentos que formam um compilado de informações, sintetizando todos os conhecimentos das práticas do Yoga.
O estudo dos vedas é chamado de vedanta, e nele se discute tudo aquilo que o ser humano busca durante a vida para conquistar a felicidade. Para isso, inconscientemente, são dois aspectos que procuramos desde os primeiros anos de vida.
O primeiro deles é a segurança. De uma criança chorando ao pedir proteção, passando pela luta por conquistas na área profissional. Na procura por mais conhecimento, no anseio por provas de amor em um relacionamento, na luta por mais dinheiro ou mesmo no reconhecimento de verdadeiras amizades.
Cada um de nós cria necessidades de segurança de acordo com a própria individualidade. Algumas são comuns entre várias pessoas, outras são muito características da personalidade dos indivíduos. Essa busca por segurança faz parte da sobrevivência humana. Mas isso passa a ser um problema quando a angústia pela segurança fica exacerbada e não conseguimos ter uma mente tranquila, exigindo de nós uma prática que nos tranquilize, como, por exemplo, o Yoga.
Já a segunda necessidade humana almejada de forma natural é o prazer. Isso passa por acumular bens materiais, fazer muitas viagens, exagerar na comida e até mesmo no sexo. Inicialmente, isso não é um problema, faz parte da vida e da essência humana. Continuamente, oscilamos entre a busca por segurança para, a partir disso, sentir prazer.
A grande questão apontada no vedanta é quando ficamos presos nessas duas procuras. Se não saímos disso, perdemos a sensibilidade para curtir a vida e aproveitar outras oportunidades que estão à nossa disposição.
É aí que abre um portal perigoso, quando mesmo a segurança excessiva e todo o prazer do mundo não são capazes de nos preencher. Internamente, passamos a nos perguntar: o que falta aqui dentro? O que preciso para ter essa lacuna devidamente cheia, sem sentir um vazio difícil de descrever?
A partir daí, surge a necessidade de dar um terceiro passo, de entender o Dharma. Trata-se da abertura de espaço dentro de nós para a espiritualidade. Só assim passamos a refletir melhor sobre o que fazemos no dia a dia, se trabalhamos com ética e valores, se realmente somos gentis com o próximo. Nesse caso, é preciso um despertar de forma voluntária, já que não se trata de uma necessidade vista naturalmente no começo de nossa existência.
Quando isso começa a fazer sentido internamente, passamos a nos afastar de aspectos externos. Vamos entendendo que a vida não se resume apenas à segurança e ao prazer com aquilo que está fora de nós.
Essa espiritualidade não se restringe apenas ao Yoga. Afinal, toda religião do mundo busca a preservação do bem-estar, da ética e de valores que pregam o bem. E você começa a fazer aquelas perguntas difíceis de serem respondidas, mas que nos fazem olhar para dentro de nós: quem eu sou? De onde vim? Como meu corpo é composto? De que forma devo agir para não ter momentos de excessiva ansiedade?
Só aí entramos no caminho de mais equilíbrio, evitando picos de felicidade e de tristeza extrema. E percebemos que não somos, mas estamos. Entender que tudo é transitório diminui consideravelmente a ansiedade e a angústia.
Então, vamos atrás do quarto e mais difícil passo a se alcançar. Moksha, a libertação. Não no sentido de se desprender de tudo, mas de que hoje, nesse momento, você consegue colocar as coisas em seu devido lugar. É quando se passa a entender que a segurança e o prazer não vão lhe dominar. Quem liberta de verdade é a felicidade e a paz interior. Se a alma está feliz, você atinge essa plenitude.
A partir desse entendimento, dessa busca, o Yoga foi se desenvolvendo não só como aquela prática conhecida, em que são realizadas posturas e uma respiração para tranquilizar corpo e mente. O Yoga é uma filosofia que vai muito além disso.
Os Asanas são as posturas. Por si só, são meras atividades físicas. Mas elas se integram à prática para que o Yoga venha de forma efetiva. Sua intenção desde o início era conectar posturas e meditação a uma conexão interna, desvendando e enfrentando assim todas as dificuldades humanas que nos afligem.
No começo, havia apenas dois Asanas, ou seja, duas posturas. A primeira era a Padmasana, a postura completa da lótus. A segunda era a Ardha Padmasana, a meia-postura, quando não conseguimos fazê-la de forma completa. Com o passar do tempo, percebeu-se a necessidade de o corpo físico ficar estável e confortável. Assim, foram desenvolvidas uma série de posturas diferentes a serem praticadas, sempre de acordo com o momento vivido por cada um, diferenciando-se nos diversos tipos de Yoga existentes.
A força desses valores e virtudes é trazida pelos movimentos corporais, reverberando positivamente em nosso interior, transformando, de maneira profunda, tanto as atitudes quanto as relações, demonstrando o quanto o Yoga vai além da questão performática.
O Sutra de Patañjali é um grande manual que orienta os seres humanos em um passo a passo de como chegar à iluminação, também conhecida como o nirvana, que pode ser definido como um estado tranquilo e calmo de paz interna. É bom deixar claro que o Patañjali não é uma ideia de pessoa, como um velhinho de barba branca nos instruindo sobre os caminhos possíveis para encontrar a paz. Na verdade, tratava-se de um grupo de filósofos que se reunia e ia passando os conhecimentos do Yoga de geração para geração. O Sutra de Patañjali é denso, composto de versículos, com texto difícil e lento, que não deve ser lido de forma apressada. Um versículo se liga ao outro, exigindo leitura lenta e pleno entendimento para quem quer se aprofundar e seguir adiante.
No Sutra de Patañjali, são destrinchadas oito etapas necessárias para tomar condutas que devemos ter em relação a nós e aos outros para entrar no estado meditativo que nos leva à paz interior.
Vale ressaltar que a ideia de meditação como um período de tempo sem pensar em nada é um falso entendimento. Quando nos aprofundamos nesse manual, percebemos que o tempo todo estamos pensando e nos comunicando. A verdadeira meditação nos ensina a doutrinar a oscilação entre bons e maus momentos para que voltemos sempre ao estado de paz interior.
Internamente, tudo está conectado e nossas respostas não estão em uma única atividade.
O primeiro passo a ser compreendido para entender a meditação tem a ver com os Yamas. São as atitudes inerentes, que nascem conosco e que funcionam como diretrizes do praticante. Ações que requerem autorresponsabilidade. Um bom exemplo é a não violência com a qual podemos reagir diante de nós mesmos e de nossos problemas. Esse estado começa dentro da mente antes de ser transformado em uma reação abrupta e talvez descontrolada diante das situações rotineiras.
Além disso, há os Niyamas, que também são atitudes que envolvem ética e que devemos cultivar e permitir que floresçam pois são primorosas e não acontecem naturalmente. Entre elas, estão a pureza, a meditação para a higiene mental e tudo aquilo que exija um esforço consciente para que possamos viver melhor, germinando coisas boas.
Esses dois itens são os primeiros pilares, a partir dos quais podemos dar prosseguimento na busca pela paz interior. Porque o Yoga exige de nós uma observação atenta em direção à mente e só assim é possível ter a calmaria necessária para a qualidade de vida.
Já falamos das Asanas, que são as posturas. Mas vale a pena ressaltar que também são a porta de entrada para fisgar os seres humanos nas diversas modalidades do Yoga. O tipo de Asana depende muito da fase em que a pessoa está nessa prática, trazendo as coisas do estado mental para a ação, levando cada um de nós a um lugar psicofísico, materializando na postura o bem-estar interno, dentro de uma jornada sem fim.
A partir daí, partimos para os Pranayamas, os exercícios de respiração. É aí que começamos um mergulho interior, no qual somos convidados a fechar os olhos e voltar as atenções para o interior. Nesse momento, começamos a inspirar e a expirar. Você diz para si que está vivo: inspirar é o primeiro ato da vida, expirar o último, tirando de dentro tudo aquilo que não nos serve mais.
Quando nos sentimos ansiosos, estamos em desequilíbrio. E isso também interfere na respiração. Por isso, é importante reequilibrá-la e trazê-la à consciência por meio dos Pranayamas, aliviando nosso interior e voltando à normalidade.
Então, chegamos ao Pratyahara, sinônimo de se abster dos próprios sentidos, como se pudéssemos nos desprender da própria matéria. Voltamos ao estado da tranquilidade e paz na alma, nos desprendendo da matéria e do corpo, do que é nosso e do que é do outro, entendendo a matéria como mero condutor para que possamos vivenciar muitas experiências na Terra.
Nesse estado, vamos aos poucos nos desprendendo dos cinco sentidos, que se dissipam na respiração. Enquanto os Asanas fortalecem a musculatura, no Pratyahara respiramos melhor e mais confortáveis, nos afastando dos próprios sentidos materiais.
Chegamos ao Dharana, a concentração. Passamos a aumentar o foco, mergulhando em nossa atenção interna, avançando no entendimento de que se a mente está sempre pensando, somos capazes de doutriná-la para que eles estejam naquilo que precisamos de fato. Mas lembre-se: conduzir não é controlar. Só assim entendemos quem somos, o que nos leva a tomar determinadas atitudes, percebendo tudo o que merece nossa atenção de forma efetiva.
Você não precisa lutar contra sua mente, mas entender novas formas de ser, estar e pensar. Cada coisa no seu tempo, com tudo conectado e favorecendo seu bem-estar.
Passamos agora ao Dhyana, nome dado à própria meditação. É o lugar em que você realmente se insere em um contexto de total atenção. É a hora em que se respira e se exala o comportamento do aqui e agora. Nada mais interfere porque o foco é totalmente entregue ao que você quer. Tudo vai se interligando nessa etapa.
E chegamos aos Samadhi, os espasmos que dissipamos do corpo e da mente, cada um com sua própria experiência. Falamos de uma Hiperconsciência, a sensação de que parecemos levitar. Isso não acontece apenas durante a meditação, também pode se repetir durante o dia, como no contato com a natureza, ao admirar o pôr do sol ou se deparar respeitosamente com o cair da chuva.
Essa forte vivência é capaz de nos levar ao êxtase. Afinal, nada mais importa, você só está ali, brilhante, conectado a uma situação de contemplação e vibração, em paz e em completude, sem divisão entre você e o universo.
E nesses tempos tão corridos, cheios de pressa, o Yoga tem papel fundamental na restauração da qualidade de vida também para pessoas que sofrem de ansiedade.
Porque quando olharmos carinhosamente para nossas necessidades e comportamentos, não nos distraímos com as coisas do mundo, que nos afligem, que nos deixam preocupados, causando a busca permanente por uma solução até para aquilo que não somos capazes de resolver.
A ansiedade é uma preocupação excessiva, uma necessidade de segurança que temos diante da vida, nos levando a tentar resolver todos os problemas de uma só vez. A ideia fundamental do Yoga é estarmos presentes, aproveitando o dia em que vivemos, desfrutando dele da melhor forma possível.
Com isso, nossa mente deixa o passado e o futuro para depois. E se o que já passou não pode ser modificado, voltamos nosso foco para o agora. Só com o autoconhecimento conseguimos aplicar isso na prática.
Se no Yoga harmonizamos pensamento, palavra e ação, conseguimos usar essa prática como um dos pilares para a busca por uma vida menos ansiosa. A união e integração entre você com seu interior é percebida na prática, que conecta corpo, mente e alma.
Ao olhar para dentro, é possível abrir um leque de possibilidades que vai muito além de um exercício físico, que condiciona o corpo a receber a prática e também a filosofia do Yoga.
Porque não basta apenas raciocínio e intenção para alongar ou se fortalecer. Não é como a musculação, que foca apenas em uma região. No Yoga, o objetivo é também atuar na mente e no bem-estar, consequentemente atingindo a expansão do autoconhecimento que todo ser humano precisa.
Essa expansão da consciência por meio dos Asanas atuando dentro de você traz algo além de uma condição física saudável. Por mais que o Yoga tenha um aspecto performático para quem o desconhece, a disciplina, o objetivo, a energia e a fluidez interna são necessários para a execução completa dos Asanas.
Existem modalidades mais vigorosas do Yoga, com mais intensidade, enquanto outras são mais devocionais, específicas ou voltadas à respiração. Ao contrário do que muita gente pensa, é algo muito diferente de uma religião.
Antes de começar essa prática, é fundamental que você tenha a disposição de se conhecer. Porque não existem condições necessárias para iniciar o Yoga, que foi criado para ser feito por qualquer um. Seja você uma pessoa calma ou agitada, o importante é compreendê-lo como uma filosofia que vai além da performance.
O momento ideal para mergulhar no Yoga é quando você estiver pronto para se aprofundar no autoconhecimento. Uma dúvida comum é sobre qual a modalidade de Yoga mais adequada para seu perfil.
Existem várias linhas com características diferentes e as pessoas se sentem perdidas quando não as conhecem. Todas se originaram do Hatha Yoga, que é o Yoga clássico, criado há mais de 5 mil anos.
Com o passar do tempo, foram criadas diversas linhas com algumas peculiaridades, mas todas são Yoga. Aqui, falamos apenas das principais, como o Hatha Yoga. Sua característica principal durante a prática física é a permanência nas posturas. Realizamos os Asanas e permanecemos um tempo maior fazendo inspirações e expirações, tentando nos concentrar no momento presente, com a postura e todos os efeitos que ela traz no corpo físico e nas sensações. Possui um ritmo mais lento.
Já o Vinyasa Yoga é outra modalidade, com prática um pouco mais fluida, um pouco menos de permanência das posturas entre cada uma das posições executadas. Sempre ritmado com a respiração, um pouco mais acelerada e com menos permanência, é mais vigorosa e especialmente indicada para quem quer se desafiar mais ou busca mais dinamismo.
No Yoga Restaurativo, acontece a promoção de um relaxamento físico e mental grande, com posturas relaxantes, usando acessórios como travesseiros, mantas e cadeiras. Leva a um relaxamento em todas as posturas desde o início da aula.
Se você tem dúvidas sobre qual a melhor prática do Yoga para seu perfil, o ideal é experimentar as diferentes modalidades, vivenciando os benefícios, sentindo os efeitos e identificando qual é melhor para você.
Para pessoas mais ansiosas, qualquer uma das modalidades vai trabalhar seu corpo físico, energético, emocional e mental, sempre levando a um estado de relaxamento, principalmente após a aula.
Caso o perfil de agitação mental seja muito alto, é possível que a prática mais lenta, como o Yoga Restaurativo, seja mais benéfico. Mas não há uma fórmula pronta, o ideal é experimentar, se conhecer, avaliar e não ter medo da mudança e do acesso ao autoconhecimento pleno.
Claro que numa rotina corrida pode ser difícil integrar ainda mais essa atividade em seu dia a dia. Muita gente sequer tem um cronograma mensal ou semanal, e só de falar na prática do Yoga constante parece estar diante de uma missão impossível.
Nossa sugestão é testar diferentes tipos de rotina, sem a necessidade de seguir um cronograma rígido.
Seu planejamento não precisa contar com data e horário fixo, podendo incluir o Yoga em uma janela de sua programação, de acordo com suas possibilidades.
Pessoas com filhos, por exemplo, precisam avaliar o momento em que vivem, adotando um mínimo de flexibilidade no dia a dia para incluir janelas de oportunidades para adotar atividades que lhe fazem bem, como o Yoga.
Porque muitas vezes acabamos nos autossabotando, exigindo de nós mesmos a prática de uma atividade como essa por duas ou três vezes por semana. Tente avaliar, semana a semana, quais dias você poderá praticar o Yoga, sem se deixar para depois, sem se apavorar quando a rotina tiver que ser alterada.
Programar-se para o mês seguinte pode aflorar sentimentos como a ansiedade, já que é um período distante e imprevisível. Busque não engessar seu calendário, estipule um número de dias por semana e vá remanejando a agenda de tempos em tempos, evitando assim a frustração por eventuais faltas.
Até porque a própria prática do Yoga faz com que a flexibilidade vire um pilar mental. Isso se reflete no tapete, onde é trabalhada a flexibilidade física, com as posições destravando seu corpo.
E para que o Yoga melhore ainda mais sua vida, deixe as expectativas de lado. Quando começamos algo novo, é normal imaginar como aquilo vai ser. Não se preocupe com o certo ou errado, nem se atenha aos pensamentos relativos a resultados utilitários.
É importante que você inicie dentro do que é possível, de acordo com suas capacidades e limitações, sem se comparar com os outros, sem pensar no futuro, tão distante do hoje. Quando começar a se questionar, respire e volte para o momento presente. Assim, você se permite experimentar, de sua forma, com familiaridade e fluidez. As expectativas nos fazem sair do momento presente e criam frustrações.
Abra-se para o novo. A prática do Yoga pode fazer você se desafiar aos poucos, sugerindo novas posições, torções e movimentos. Não se julgue, é interessante ver como o corpo e a mente vão reagir a novos estímulos. Se possível, tente até mesmo se testar com novos estilos conforme estiver avançando.
Planeje-se e se organize para que o Yoga faça parte da sua vida. Acolha essa prática, sempre um pouco mais a cada dia, sem cobrança desproporcional, olhe para o que é possível com carinho e evite a autocobrança acima do tom.
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